CAMPANHA O Secretário-geral do PCP inaugurou no dia 24, em Almada, a exposição «Mais Direitos, Mais Futuro. Não à Precariedade», inserida na campanha nacional do Partido com o mesmo lema.
Acompanhado por Joaquim Judas, membro da Comissão Concelhia e presidente da Câmara Municipal de Almada, e por outros dirigentes e militantes locais do PCP, Jerónimo de Sousa visitou a exposição, patente no átrio do Fórum Municipal Romeu Correia, espaço privilegiado de democratização da cultura e das artes no concelho da margem Sul do Tejo. A mostra, baseada na que foi apresentada na Festa do Avante!, dá visibilidade de forma criativa e original às diversas expressões que a precariedade hoje assume, bem como às propostas do Partido para lhe pôr cobro e à luta dos trabalhadores pelos seus direitos.
Na intervenção que proferiu no local, o Secretário-geral do Partido realçou que a fragilidade dos vínculos laborais, sendo a mais visível consequência da precariedade não é a única nem sequer a mais dramática. A precariedade dos vínculos, realçou, «é a precariedade do salário, dos direitos, é a precariedade da vida profissional, pessoal e familiar». Actualmente, frisou Jerónimo de Sousa (e revela a exposição), cerca de um milhão e 200 mil trabalhadores laboram em situação precária, o que significa que «todos os que o rodeiam, suas famílias e os que lhe estão mais próximos, constituem o enorme exército de vidas suspensas, intermitentes em permanente insegurança e incerteza sobre o dia seguinte».
Procurando responder à questão de quem ganha com a precariedade, Jerónimo de Sousa rejeita que sejam os mais de duzentos mil «falsos recibos verdes», os cerca de 80 mil trabalhadores temporários, os 66 por cento de jovens menores de 25 anos que se encontram nesta situação laboral, os 800 mil trabalhadores com contratos a prazo ou os trabalhadores a tempo parcial, que representam já hoje 53 por cento do total dos vínculos precários existentes. Ela serve, pelo contrário, aos que se «alimentam da exploração, insegurança e instabilidade de muitos» e aos «poucos que enriquecem à custa do empobrecimento de muitos».
É precisamente pelas implicações da precariedade nas vidas de milhões de portugueses e no próprio desenvolvimento do País que o PCP defende que o Estado tem a «obrigação e a urgência de dar combate» a este verdadeiro drama social e económico.
Trabalho temporário
A campanha do PCP contra a precariedade, que desde o ano passado tem percorrido centenas de empresas e locais de trabalho em todo o País, conta agora com um novo elemento: um folheto dedicado ao trabalho temporário, em distribuição em locais onde esta questão assume grandes proporções. Neste documento, o PCP aponta as suas propostas para combater o recurso abusivo ao trabalho temporário. O Partido garante que na «esmagadora maioria das vezes não há nenhuma razão para o recurso ao trabalho temporário, visto este suprir necessidades permanentes da empresa ou do serviço.
Tendo como objectivo central a promoção da unidade dos trabalhadores e a sua mobilização para a luta, o PCP sublinha que aqueles que ganham com a precariedade, «sendo poucos em número, têm muito poder, muitos meios e instrumentos ao seu serviço». Já os trabalhadores, contam com o PCP, com o movimento sindical de classe e sobretudo «com a sua própria força, que isolada serve de pouco, mas que organizada conquista direitos e uma vida melhor».